Claudemir Pereira

O União Brasil e o terremoto político no pedetismo da cidade

Há exatas três semanas, a coluna afirmava a possibilidade, a partir de articulação que passava por Brasília, de unir o União Brasil ao PT, com José Haidar Farret encontrando um partido para chamar de seu e ser confirmado como vice de Valdeci Oliveira numa dobradinha para a disputa à prefeitura. Bingo!

 
Na mesma coluna e no mesmo tempo, era ouvido Marcelo Bisogno, que refutava a possibilidade dele próprio ir ao UB, garantindo permanência no PDT. Aí a situação se tornou diferente, supondo que o líder trabalhista pretendia mesmo seguir onde estava.

 
O fato é que, quase um mês depois, Bisogno está a ir exatamente para o mesmo partido de Farret, inclusive com a possibilidade de virar presidente. E com direito, deduz-se da entrevista dada aos colegas Alexandre De Grandi e Rogério Kerber, no programa Bom Dia, Cidade! de quarta-feira, na rádio CDN, a presença aqui na cidade, na metade de agosto, do alto comando do UB estadual.

 
Quais as consequências dessa revoada em direção ao partido aliado do governo Lula? Uma é a mudança do UB em Santa Maria, com os governistas municipais se sentindo, ainda que a força de uma canetada, constrangidos a se mandar, abrindo espaço para os, digamos, “neo-ubistas”, Farret e seu grupo e Bisogno idem.

 
A outra decorrência requer avaliação maior, talvez. Mas o fato é que o PDT passa por processo de autoflagelo impressionante. O colunista, a propósito da saída de Marcelo Bisogno, ex-presidente, ex-vereador e ex-candidato duas vezes a prefeito, papeou com as outras proeminentes lideranças locais da sigla, Paulo Burmann e Luci Duartes.

O presidente Burmann dizia, na noite de terça-feira, não ter certeza da saída de Bisogno. Mais: deixava claro que provavelmente seu mandato provisório, que se encerraria no próximo dia 6, deve mesmo ser estendido. E que a reivindicação do ex-dirigente (e agora quase ex-pedetista), por eleições diretas para o comando partidário, só poderá acontecer após a convenção estadual. Esta será no final de agosto. Então...

 
Quanto à vereadora Luci, a postura aparentemente é outra. Não pretende sair do PDT. Mas não rejeita a possibilidade, a depender das circunstâncias. Na conversa, pelo Whats App, esclareceu: “tudo vai depender para que lado o partido vai se dirigir, e como vai se comportar”.

 
E qual o destino? “Dificilmente tomaria os mesmo rumos do Marcelo (Bisogno), por o UB ser de centro/direita”. E foi adiante, ao ser provocada: “não sou de direita, sou centro-esquerda, com bem mais tendência à esquerda”. Diz ter recebido várias propostas, mas nada respondeu. Esperará para ver, deduz-se.

 
Resumo da ópera: e assim vai o PDT, rumo a uma irremediável divisão, com tendência ao encolhimento e, se não se cuidar, à irrelevância eleitoral. E por responsabilidade própria, diga-se.



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